segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Valença: Um pouco de História

Valença, por ocasião do descobrimento do Brasil, era habitada pelos índios tupinambás, tupiniquins, aimorés, tapuias e gueréns. Cem anos se passaram até a região onde se situa a cidade de Valença começar a receber os primeiros moradores, pois somente a partir de 1534, quando o rei de Portugal, D. João, dividiu o país em Capitanias Hereditárias, iniciaram-se os primeiros investimentos nestas terras, que foram incorporadas à Capitania de Ilhéus, sob a jurisdição da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairu, onde ocorreu seu primeiro povoamento.


Sebastião Pontes, uma das primeiras figuras ilustres a aqui habitar, era um rico dono de engenhos no recôncavo baiano e instalou o primeiro engenho de açúcar a duas léguas da foz do rio Una e também introduziu a criação de gado no local.

Nesse contexto, estão os contos populares que versam sobre as origens do nome de Valença. A escolha da denominação “Valença”, segundo a tradição, atribui-se ao que se relata sobre os primeiros habitantes que, ao migrarem das ilhas vizinhas, viam o município como solução dos seus problemas. Daí o nome da cidade, que significa alento, salvação, fortaleza. Conta-se também uma outra versão de que o Conselheiro Baltazar da Silva Lisboa, na intenção de homenagear o ministro Marquês de Valença, elevou o povoado a categoria de vila, em 1789, dando-lhe o título de Nova Valença.

Em 1799, foi criada a Vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, com território desmembrado de Cairu, e, nesse mesmo ano, começaram as obras de construção da igreja, então denominada Santíssimo Coração de Jesus, que concluída em 1801, transformou-se em Matriz da Freguesia.

O município de Valença é considerado um dos principais pólos tradicionais de construção naval artesanal do país. Tal atividade conta a história da cidade, pois o seu crescimento como porto-estaleiro naval e a pacificação dos índios por bandeirantes liderados pelo paulista João Amaro Maciel Parente e pelos padres capuchinhos fizeram refluir a ocupação das ilhas e redirecionar a população para o continente, desenvolvendo-se, em poucos anos, uma febril atividade agrícola e de extração de madeiras para exportação.

Em 1801, Valença provê de embarcações carregadas de mantimentos e gêneros da terra a passagem da Família Real pela capital da Bahia, completando mais de 200 anos de fornecimento ininterrupto de madeira e produtos agrícolas, bem como de construção de navios para Portugal.

A região viveu os episódios da invasão holandesa na Bahia, em 1624, participou ativamente da luta pela Independência da Bahia, quando abrigou a esquadra de Lord Cochrane, que viera combater os portugueses em 1823, tendo Valença recebido o título de "A Decidida", como é cantada em seu hino, por sua participação notável nessa luta, resistindo aos ataques lusitanos ao lado de Cachoeira e Santo Amaro.

Em 1844, Valença inaugura a fábrica de tecidos Todos os Santos (primeira fábrica a funcionar no país, movida por energia hidráulica), com 300 operários. Recebeu a denominação de “Industrial Cidade de Valença” quando da visita de D. Pedro II, em 1849, para inaugurar a segunda fábrica, a Nossa Senhora do Amparo (também no ramo têxtil), posteriormente Companhia Valença Industrial e hoje Valença Têxtil. Nessa ocasião, a Companhia Valença Industrial era o grande empreendimento do setor de tecidos, polarizando a vida econômica da Região. Hoje, a Valença Têxtil é a mais antiga fábrica têxtil em atividade no Brasil. Funciona há mais de 160 anos na cidade.

A 10 de novembro de 1849, a Vila de Nova Valença foi elevada à categoria de cidade, denominada Industrial Cidade de Valença.

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