Hospitaleira e famosa por sua gastronomia típica, a cidade de Valença oferta aos visitantes um rico patrimônio natural e artificial que tem a beleza de um cartão postal antigo. Dando um giro pela cidade histórica, pode-se observar o prédio da Câmara dos Vereadores, o teatro municipal, o antigo fórum Gonçalo Porto de Souza, as ruínas da Fábrica, o conjunto de sobrados na Praça da República, entre outros.Todos esses prédios foram construídos entre os séculos XVIII e XIX.
Ressaltam-se ainda o Clube Sindical Operário (erguido no século 19, durante a 2ª Guerra) e a Igreja Nossa Senhora do Amparo, de onde é possível se ter uma bela vista da cidade e do rio Una, com seus barcos e estaleiros, do arquipélago de Tinharé (Morro de São Paulo, Gamboa, Boipeba) e da Igreja de São Francisco Xavier, no Galeão.
Confira nossos atrativos históricos:
Paço Municipal (Prédio da Câmara de Vereadores)
Fórum Gonçalo Porto de Souza
Ruínas da Fábrica Todos os Santos
Fábrica Nossa Senhora do Amparo
Igreja Nossa Senhora do Desterro
Sobrado à Rua Conselheiro Ferraz
Conjunto de Sobrados da Praça da República
Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus
Igreja Nossa Senhora do Amparo
Estância Azul
Conjunto de Sobrados
Clube Sindical Operário
Estaleiros Navais
Teatro Municipal
Sítio Histórico de Mapendipe
Paço Municipal (Prédio da Câmara de Vereadores)
Localização: Rua Comendador Madureira, 01, em frente ao cais do porto.
Utilização atual: Câmara de Vereadores, Secretaria de Turismo de Valença.
Área Construída: 1.311,00m²
Época: Século XIX (1849).
Estado de Conservação: Bom.
Descrição: Palacete construído em 1849, pelo Capitão Mor Bernardino de Sena Madureira para residência de sua família. A casa, embora não observe recuos frontais, já apresenta um jardim lateral e cômodos abertos para as quatro fachadas, denunciando hábitos de vida mais ligados à natureza.
Edifício de relevante interesse arquitetônico, desenvolvido em dois pisos, mais sótão, que aproveita o vão da cobertura de duas águas.
Dados cronológicos:
1849 - Construção do imóvel pelo Capitão Mor Bernardino de Sena Madureira;
1852 - Morre o Capitão Mor, e a propriedade passa para seus filhos, Bernardino de Sena Madureira, Casimiro de Sena Madureira e Antonio de Sena Madureira;
1878 - O imóvel é adquirido pela Câmara de Vereadores;
1879 - Sofre uma grande reforma quando foi transformado em Paço Municipal;
Fórum Gonçalo Porto de Souza
Antiga residência do Dr. Zacarias de Góes e Vasconcelos, que representou Valença nos mais altos cargos políticos do Brasil.
Filho de Valença, Dr. Zacarias Góes de Vasconcelos nasceu no Distrito de Maricoabo conhecida como Cajaíba, no dia 05 de novembro no ano de 1815 e faleceu no dia 28 de dezembro do ano de 1877. Formou-se em Doutor de Direito pela Faculdade de Olinda-Pernambuco, Magistrado, professor, escritor e político, foi um dos mais notáveis oradores do Brasil. Escreveu vários livros: Da natureza e limites do Poder moderador, em 1860; Questão de limites entre a Província do Paraná e a de Santa Catarina, em 1857; Manifesto do Centro Liberal, em 1869; Programa do Partido Liberal, em 1870. Foi o primeiro interventor das Províncias da Bahia, Sergipe, Piauí e Paraná. Representou essas províncias no Senado Federal e foi Deputado Federal em três Legislaturas, 1850 a 1856 e 1856 a 1861 e 1861 a 1864. Foi nomeado Ministro da Marinha em 1852 a 1862, da Justiça, em 1864, da Fazenda, em 1866, da Educação e Cultura, num período de 06 (seis) dias, foi quatro vezes Presidente do Conselho de Ministros.
Localização: O Edifício situa-se na esquina da Praça Dois de Julho com as ruas Conselheiro Zacarias e 1° de Março, na periferia da parte antiga da cidade.
Época: Século XVIII (final)
Utilização atual: Fórum da Justiça
Descrição: Casa de residência do Séc. XVIII, transformada, em meados do século atual, em Fórum.
Como residência, segue o padrão comum da época, com serviços e comércio no térreo e habitação dos proprietários no 1° andar.
Dados Cronológicos:
1815 - Nesta casa nasceu o Conselheiro da República Zacarias de Góes e Vasconcelos. Pertenceu depois a Aristides Galvão de Queiroz casado com a sobrinha do Conselheiro;
1947 - Pelo Decreto Lei Municipal n° 148, o prédio foi desapropriado com a finalidade de receber os serviços judiciários da Comarca de Valença, transformado então em Fórum Conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcelos, posteriormente denominado Fórum Rui Barbosa;
1969 - Por Decreto n° 21484, passou a chamar-se Fórum Gonçalo Porto de Souza;
Ruínas da Fábrica Todos os Santos
Localização: As ruínas da antiga fábrica estão localizadas na segunda cachoeira do rio Una a contar de sua foz.
Época: Século XIX (1844).
Utilização Atual: ruínas
Utilização proposta: Parque de lazer, com infra-estrutura de apoio e museu de sítio.
Descrição: A fábrica de tecidos Todos os Santos consistia num complexo de barragem, comportas, canais, edifícios, fornos de fundição e oficinas, dos quais só restam as ruínas do edifício principal (com cinco pavimentos), da barragem, dos canais e de algumas pontes.
Dados tipológicos: Elaborada com vistas ao futuro, funcionou, durante os primeiros 30 anos com ociosidade devido a problemas de matéria prima e mercado, o que levou logo no início a uma grave crise. Foi projetada e instalada pelo engenheiro norte-americano João Monteiro Carson, originalmente acionada por rodas d’água, no subsolo do edifício, para onde foi desviada parte caudal do rio Una, convertendo a força hidráulica em energia cinética. Eram duas rodas d’água, a maior com potência de 45 cavalos mecânicos, trabalhando com 30, e a segunda, de 35, trabalhando com 20. Através de polias e correias, a força hidráulica era transmitida aos filatórios e aos teares, instalados nos pavimentos superiores. Produzia, então, 4.000 varas de tecido/dia, ocupando de 200 a 300 operários, na maioria mulheres. As rodas d’água foram, mais tarde, substituídas por turbinas hidrelétricas (120 cavalos de força) pelo Engenheiro. Augusto F. Lacerda. No último quartel do século passado, sua produção estava integrada à da fábrica Nossa Senhora do Amparo, ligadas entre si por sistema ferroviário e hidroviário próprio, com moderníssimo sistema de comportas, que permitia que barcaças e canoas transpusessem a 2° cachoeira do Rio Una. Esse é sem dúvida um dos marcos da industrialização da Bahia.
Fábrica Nossa Senhora do Amparo
(Ex CVI e Atual Valença Têxtil)
Localização: Atualmente com o nome Valença Têxtil, está localizada na cidade de Valença, à margem do rio Una, na altura da primeira cachoeira a contar de sua foz.
Época: Século XIX (meados).
Utilização atual: Fábrica de tecidos
Descrição: O edifício primitivo é uma construção de dois pavimentos com planta trapezoidal, recoberta por três telhados de duas águas, dois dos quais, o central e o esquerdo, tiveram suas telhas originais substituídas por chapas de fibrocimento. Sua fachada é do tipo neoclássico, com janelas em meio-ponto, frontões triangulares coroados por pináculos, estatuetas, etc. O interior é formado por dois imensos salões superpostos, com duas áreas de pés-direitos duplos, em meio a uma floresta de colunas, que sustentam o assoalho e a cobertura. O térreo é atualmente utilizado como filatório. O pavimento superior está desocupado, por não suportar o peso das máquinas atuais.
Dados Tipológicos: Tecelagem de meados do século XIX, acionada, originalmente, por rodas d’água, aproveitando o desnível da primeira cachoeira do Rio Una. Quando D. Pedro II visitou a fábrica, já havia uma comporta que permitia embarcações de porte médio ultrapassarem a cachoeira. Mais tarde foi modernizada com a instalação de turbinas geradoras de energia que, além de mover a fábrica, iluminavam a cidade de Valença.
Com a fusão das fábricas de tecidos Nossa Senhora do Amparo e a de Todos os Santos, suas produções são integradas e estabelece-se uma pequena linha férrea entre as duas. Uma outra comporta é construída na segunda cachoeira, permitindo que barcaças chegassem até aquele ponto. O crescimento da indústria exigiu a construção, em 1922, da Usina Hidrelétrica do Candengo, com duas turbinas, ampliada para três, na década de 30, melhorando, também, o abastecimento elétrico da Cidade.
Igreja Nossa Senhora do Desterro
Localização: Igreja situada em elevação, à margem da estrada Valença/Taperoá (BA-001).
Época: Século XVIII (início)
Descrição: Igreja de relevante interesse arquitetônico, com programa constituído por nave única, capela-mor, pequena sacristia e torre do lado esquerdo.
Dados Tipológicos: Capela aparentemente originária da primeira metade do Século XVIII, mas ampliada verticalmente durante o XIX. Embora não existam documentos comprobatórios, a presença da torre atarracada e de vãos com verga em arco abatido, no térreo, reforçam tal hipótese. Tudo indica que a reforma do século XIX se prolongou por muito tempo: os altares, por exemplo, são do início do século; as grades do púlpito de meados, e a fachada, com seus vãos em arcos plenos, do final.
Dados Cronológicos:
1757 - A relação da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Vila de Cairu, feita pelo vigário Joaquim Pereira da Silva, faz referência à capela de Nossa Senhora do Desterro, perto do rio Maricoabo, informando não ter capelão, apesar de ali haver "... 360 almas para a parte do norte e sul da dita capela que para oeste são matos e sertão”;
Sobrado à Rua Conselheiro Ferraz
Localização: O edifício está implantado na esquina das ruas Conselheiro Ferraz e Marquês de Herval, no centro da cidade.
Época: Século XIX (meados)
Descrição: Sobrado de oitão de relevante interesse arquitetônico, com planta trapezoidal recoberta por telhado de duas águas. Térreo de utilização comercial: primeiro andar e sótão residenciais.
Dados Tipológicos: Sobrado oitão, tipologia que se difundiu na Bahia a partir do segundo quartel do século passado. Estes sobrados se caracterizam pelo tratamento cuidadoso dispensado às empenas, que terminam em um grande frontão, resultante do emprego de telhados de duas águas, em substituição às coberturas em pirâmides, do século anterior. Com a abertura de janela no frontão valoriza-se o sótão, até então escuro e subutilizado. A planta de circulação longitudinal foi a mais comum até o século XIX. Nas casas e sobrados mais ricos, como o em análise, esta circulação é central, servindo de acesso a quartos e alcovas dos dois lados. As janelas com pinásios formando ogivas devem ter sido introduzidas nos últimos anos do século, por influência neogótica. Observe-se que no sótão perduram as guilhotinas tradicionais.
Conjunto de Sobrados da Praça da República
Datam do século XIX e localizam – se no centro da cidade, formando com o Teatro Municipal um importante conjunto histórico do século XIX e início do século XX.
O conjunto de sobrados, provavelmente do início do século XIX, situa-se numa ampla praça, próximo ao centro. Primitivamente, foi constituído por nove sobrados, hoje reduzido a cinco. Os sobrados ocupavam, praticamente, todo o lado maior da praça. Esse espaço, originalmente conhecido como Praça da Lagoa, após a edificação do conjunto dos sobrados, passou a ser denominado de Praça Regis & Ferreira em homenagem a seus construtores (1). Algumas casas que delimitam a praça são ainda primitivas, outras foram modificadas ou reconstruídas.
Valença possui um outro conjunto de sobrados muito semelhante, à Rua Com. Madureira. Em ambos os casos, a fachada de cada sobrado tem quatro vãos e, aproximadamente, oito metros de largura. Este fato parece indicar a existência de uma norma municipal. Outra característica tipológica destes sobrados é a escada transversal ao eixo do edifício e a posição dos corredores laterais, que se alternam em função do andar. Esta mesma característica pode ser observada no conjunto da Rua Com. Madureira e nos sobrados sitos às ruas Gonçalo Martins, 47 e Alfredo Martins, 14 em Camamu; Assis Chateaubriand, 68 e Portugal, 344, em Porto Seguro; 15 de Novembro, 18, em Nova Viçosa; Rio Branco, 120, em Caravelas; Rua Direita, 34, em Cairu e no chamado Sobrado do Meireles, em Nilo Peçanha.
Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus
Situada no Largo da Matriz, foi construída em 1759. Possui imagens da arte sacra dos séculos XVIII e XIX.
Situação e ambiência: A igreja situa-se numa elevação, no centro da cidade, dominando o casario vizinho. O acesso ao templo faz-se por uma escadaria de três lanços, com alternativa de rampa, do lado esquerdo. Do adro da igreja descortina-se uma bela vista da cidade, do rio e do mercado.
Descrição: Edifício de relevante interesse arquitetônico. Apresenta planta em cruz com sacristia e pequena sineira do lado esquerdo. Do lado direito, foi construída, em data posterior, a Casa Paroquial. Telhados de duas águas cobrem: nave, capela-mor, e capelas do transepto. Casa Paroquial e sacristia são recobertos por meias águas. Fachada com frontão curvilíneo, simples, e óculo central. Três portas em arcos plenos servem de acesso ao templo. No interior, decoração neoclássica profusa. Descrita em 1888 como “... magnífico templo, que ainda mais valeria se tivesse torres. O seu interior é decorado com suma decência. Além do altar-mor, tem mais seis altares laterais.
Dados tipológicos:
Igreja inconclusa com falso transepto. As plantas em cruz são comuns na região, a exemplo das matrizes do Rosário e Espírito Santo, em Cairu. No entanto, a presença de falsas tribunas na nave demonstra que seu plano original era de uma igreja com corredores laterais, como a maioria das matrizes e igrejas de irmandade do séc. XVIII, na Bahia. Sua planta final deveria ser muito semelhante à Matriz de N. Sra. da Purificação (S. Amaro), mas não chegou a ser concluída. O falso transepto é uma reminiscência da tradição jesuítica luso-brasileira, que tem como protótipo as igrejas de S. Roque, em Lisboa, e Espírito Santo, em Évora.
Igreja Nossa Senhora do Amparo
No alto da colina do Amparo, foi construído em 1757 o templo dedicado a Nossa Senhora do Amparo, padroeira dos operários. As imagens de Nossa Senhora do Amparo, da Imaculada Conceição, os azulejos portugueses e as telas de autores desconhecidos representam a arte do século XVIII. É daí que se tem a mais bela vista geral de Valença e da Ilha de Tinharé, com destaque para o Morro de São Paulo.
Situação e Ambiência: A Igreja de N. S. do Amparo está situada no topo da maior elevação existente na Cidade de Valença, o Alto do Amparo, dominando a cidade. Daí se descortina panorâmica da cidade: no sopé da colina, à margem do rio, a fábrica da Cia. Valença Industrial; mais abaixo, após a ponte, o burburinho e o movimento do comércio; ao longe, as ilhas vizinhas. A igreja constitui um marco visual na cidade, com suas paredes brancas e localização privilegiada. No seu adro, cercado por balaustrada, reúnem-se os fiéis durante a festa da padroeira. O acesso ao templo faz-se por uma rua asfaltada, ladeada de pequenas casas populares, que terminam no adro da igreja.
Descrição: Igreja de relevante interesse arquitetônico, com planta retangular, constituída de nave, capela-mor, sacristias e corredores laterais. Telhados de duas águas, em níveis diferentes, com terminação beira-seveira, recobrem a parte central, enquanto meias águas, terminadas em cimalha, protegem as alas laterais. Fachada mais larga que alta, dividida em três partes por pilastras coríntias. Corpo central, coroado por frontão recortado, revestido de azulejos brancos; e torres terminadas por cúpulas, em meia-laranja, revestidas de azulejos azuis e brancos, com tocheiros nos cantos da base. Cinco portas superpostas por igual número de janelas de coro vazam a fachada, além de dois vãos sineiros. Interior rico, com cinco altares neoclássicos, em talha branca e dourada. Forros com pinturas na nave (pleno), sob o coro (caixotões) e capela-mor (abobadado). Piso da nave, capela-mor e sacristia esquerda em mármore. Conservam-se barras de azulejos antigos na capela-mor, azuis e brancos com temas florais, e, na sacristia esquerda, amarelos e brancos em relevo. Destaque para a pia batismal e lavabo em lioz, imagens de N. S. do Amparo, Santa Efigênia e S. Joaquim e telas a óleo. Na torre esquerda, um relógio de 1882, ainda em funcionamento.
Observações: Na sacristia esquerda os azulejos são portugueses, do séc. XIX, relevados em branco sobre fundo amarelo.
Estância Azul
Situado no km 01 à margem direita da rodovia BA 001 Valença x Ilhéus, o sobrado de relevante interesse arquitetônico com planta retangular recoberta por telhado de duas águas é de estilo neoclássico e foi construído pelos jesuítas em 1816. Possui no térreo de sua estrutura um átrio gradeado e um pomar de árvores frutíferas, além de garagem, depósito e sala de jogos, já no primeiro andar localiza-se os salões e quartos. Tudo isso criando com uma estrutura de circulação central.
O sobrado sofreu altas modificações no século atual, quando em uma delas perdeu sua escada lateral.
Sua fachada principal é emoldurada por cunhais e cornijas e na parte superior sua estrutura é triangular arrematada por beirais de telhas. O seu interior conserva móveis de estilo rococó, lustres de cristais, e no jardim uma estátua de CERES a deusa da Agricultura, trazida da Fábrica de Santo Antonio do Porto.
O prédio possui uma área de 66,7 m² construído em alvenaria e tijolo. Ainda no século passado quando foi feito uma reforma o prédio perdeu o seu telhado original que era de “quatro águas”, foi reduzido para apenas “duas águas”. O sobrado pertenceu ao Conselheiro Manoel da Cunha Lopes e Vasconcelos e, no século XX passou a pertencer ao Dr. Heitor Guedes de Melo, ex-prefeito de Valença e influente médico na região. O prédio revela o esplendor dos tempos coloniais e é de importante interesse para a história do município.
FONTE: Resumo do Livro IPAC – BA, Litoral – Volume V.
Conjunto de Sobrados
(Rua Comendador Madureira, 136 e 146)
Situação e Ambiência: O conjunto de três sobrados (nº. 136 e nº. 146) está situado à margem direita do rio Una. De suas janelas avistam-se o cais e o "píer", onde atracam saveiros e escunas de porte, e a ponte que liga as duas partes da cidade. Os sobrados formam, praticamente, um pequeno quarteirão, destacando-se, pela sua volumetria, entre o casario baixo, em grande parte já descaracterizado.
Descrição: Conjunto de edifícios de relevante interesse arquitetônico, constituído de três sobrados de dois pavimentos, recobertos por um único telhado de duas águas, no desvão do qual se aninham os sótãos. Térreos de utilização comercial e andares superiores residenciais. Plantas retangulares com corredores laterais e escadas perpendiculares a estes. Ao fundo, varandas, anexos de serviço e pequenos quintais. A fachada principal do conjunto, voltada para o rio, é subdividida horizontalmente em três unidades, por cunhais e pilastras, e verticalmente em dois pavimentos, por um friso em relevo. Cada um dos sobrados é vazado por quatro portas, no térreo, e igual número de janelas de guilhotina, no 1º andar, todas com vergas abauladas. Estas últimas possuem cercadura tipo D. Maria I. Os térreos não têm forro e seus pisos originais foram recobertos por cimentados. No sobrado nº. 130 (ex 16), as portas que dão acesso à escada, no térreo e no 1º andar, possuem arcos ogivais.
Dados tipológicos
Conjunto de sobrados de notável homogeneidade, provavelmente de meados do século passado. Aparentemente foram construídos na mesma época, mas, até onde se sabe, por proprietários diferentes. Valença possui um outro conjunto com características semelhantes, à Praça da República. Os sobrados de esquina são do tipo oitão, isto é, com empenas tratadas e janelas no frontão para iluminação do sótão. Há no Litoral muitos sobrados deste tipo, em Camamu, Nilo Peçanha, Porto Seguro, Alcobaça, Caravelas e Prado.
Histórico arquitetônico:
1850 - Segundo a tradição, o sobrado de nº. 130 (ex 16), situado na esquina, teria sido erguido por João Antônio da Fonseca, logo após a construção do atual Paço Municipal. Passou depois para Bernardino Capi e, em seguida, para Manuel Martins (1). O de nº. 146, situado na outra extremidade, teria sido edificado por Bernardino de Sena Madureira (4). O mais antigo proprietário conhecido do sobrado nº. 136 (ex 18) foi Antônio José de Siqueira, passando, sucessivamente, para Manoel Gonçalves Pereira Guimarães, Carlota Joaquina Rosa da Fonseca e, por herança, para o alferes Cassiano Pereira da Fonseca, casado com Carolina Amélia, e outros (2).
Clube Sindical Operário
Sindicato dos Trabalhadores de Fiação e Tecelagem de Valença
Imponente prédio do século XIX, improvisado como 1º banco de sangue da Bahia, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, quando submarinos alemães bombardearam os navios Itajibá e Irará nas costas da cidade. Os passageiros foram salvos pelo saveiro Araripe e os feridos levados para o prédio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem. Assim Valença recebeu o título de “A Hospitaleira”.
Estaleiros Navais
A partir de 1801, começou a extração da madeira que se destinava a construção de navios da tropa real.
Valença possui uma forte tradição de navegação e é onde se encontram os principais estaleiros navais de todo o Estado da Bahia, muito famosos em todo o país, que estão localizados às margens do Rio Una.
Seus mestres artesãos produzem saveiros, escunas, veleiros, barcos e até caravelas para todo o país e exterior, como a réplica da nau Nina, da pequena frota de Cristóvão Colombo, que foi feita especialmente para o filme “1492: A Conquista do Paraíso”, de Ridley Scott.
Certamente, a carpintaria naval é fonte segura de registro da cultura de Valença e serve como um dos esteios de valorização do seu patrimônio.
Teatro Municipal
O teatro municipal de Valença, situado na praça da República, foi construído em 1910, por iniciativa dos proprietários da Companhia Valença Industrial, interessados em ampliar a oferta de atrações culturais na cidade, através da apresentação de peças teatrais e musicais vindos do sul do país e da capital do estado da Bahia. Nessa época, a cidade vivia uma febril atividade econômica por conta da presença da fábrica e da atividade agrícola e pesqueira, que lhe transformara em importante entreposto comercial da Bahia.
Sítio Histórico de Mapendipe
Ao lado do estuário da margem esquerda do Rio Una, os portugueses construíram um povoado pretendendo ocupar as terras de Cairu (atual Valença).
Em 1623, se ergue o engenho que originou a cidade de Valença. No acesso para o Guaibim, estão as ruínas da Capela de São João Batista que ainda continuam em bom estado de conservação até os dias atuais, constituindo um excelente acervo da arquitetura do século XVII.
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